Um mundo chamado Titanosauriformes

Enquanto The Hobbit está prestes a chegar aos cinemas e a Europa continua a afundar-se como um autêntico Titanic (e em autêntico 3D), há quem se dedique a correr matrizes de saurópodes!

Resultado: Mais um artigo dedicado à filogenia de saurópodes! E desta vez sobre todos os titanossauriformes do mundo+IVA (23%)! Bem, quase todos.

Manada de Rapetosaurus, titanossáurios do Cretácico Superior de Madagáscar.

Michael D’Emic publicou recentemente no Zoological Journal of the Linnean Society uma nova e actualizada hipótese filogenética para os saurópodes Titanosauriformes, grupo que alcançou significativa diversidade ao longo do Jurássico e Cretácico. Este grupo inclui saurópodes como Giraffatitan e os famosos titanossáurios (e.g. Saltasaurus e Opisthocoelicaudia). Este estudo tem a particularidade de incorporar algumas das mais recentes descobertas, como Abydosaurus (famoso pelo seu crânio), Erketu (com as suas esbeltas vértebras cervicais), Tastavinsaurus (saurópode made in Spain) e anão Europasaurus. Esta nova hipóteses apresenta um novo enquadramento filogenético com interessantes implicações paleobiogeográficas. Dentro dos titanossauriformes destacam-se os seguintes grupos: Brachiosauridae (grupo com significativa dispersão no Jurássico Superior, mas que ficaria restrito ao continente Norte-Americano no Cretácico Inferior), Euhelopodidae (titanossauriformes do Cretácico Inferior Asiático) e Titanosauria (titanossauriformes derivados gondwânicos que posteriormente dispersariam para a Laurássia durante o Cretácico Superior). Este estudo conclui que os titanossáurios terão surgido no Cretácico Inferior, e não no Jurássico Médio (inferência obtida a partir de registo icnológico – pegadas) como se pensava até então.

Contudo, muito há para saber sobre a origem dos titanossáurios e sobre a filogenia do titanossauriformes. Os próximos anos serão decisivos no sentido de comprovar mais uma nova e aliciante proposta evolutiva!